Evento: Café & Espadas na XI Bienal Internacional do Livro do Ceará - Café & Espadas

14 de dezembro de 2014

Evento: Café & Espadas na XI Bienal Internacional do Livro do Ceará



Hoje, dia 14 de dezembro de 2014, chega ao fim a XI Bienal Internacional do Livro do Ceará, e a gente do Café & Espadas – como bons cearenses que somos – não poderíamos deixar de conferir o evento literário mais importante da nossa região.

Esse ano, o tema da Bienal foi A Fortaleza de Moreira Campos, reverenciando o grande contista cearense Moreira Campos, falecido em 1994 e cuja as obras são importantíssimas referências para o pós-modernismo brasileiro e para a literatura fantástica.

E falando em literatura fantástica, o que vimos ao longo desses anos foi o crescimento da relevância desse gênero dentro da Bienal. Mas vamos por partes, pois tivemos muitas impressões – boas e ruins – sobre o evento como um todo.

Ressaltando que este texto foi escrito baseado nas nossas experiências pessoais e em tudo que podemos observar no evento.


O local



Para quem não conhece, a Bienal foi realizada no Centro de Eventos do Estado do Ceará; uma construção que comporta facilmente eventos de todo qualquer tipo.

Isso qualquer pessoa pode comprovar vendo a desenvoltura de eventos realizados lá ao longo do ano – inclusive eventos mais apoteóticos e que atraem um maior número de público.

Assim que entramos no Centro de Eventos, o primeiro contato que temos é com algo muito regional e típico não só do cearense, mas do povo nordestino: a literatura de cordel.

O primeiro hall logo depois da entrada é dedicado puramente aos traços da cultura do homem do sertão, indo além da literatura e adentrando a música e a pintura.

No andar acima – com acesso por esse primeiro hall – se encontravam as salas onde ocorriam as palestras anunciadas. E para os fãs de fantasia, um andar que valia muito a visita, já que boa parte das palestras se tratavam de literatura fantástica.

E no segundo hall, lá estavam eles: os tão aguardados stands das livrarias e editoras. Esperamos ver livros e mais livros, títulos e mais títulos, todas as editoras e livrarias oferecendo seus produtos a preços razoáveis e com variedade. Porém, nossas expectativas não foram atendidas por completo.





Livros e preços

A impressão que tive foi de que haviam menos stands do que a última edição da Bienal.
Mas os que estavam montados ofereciam uma boa quantidade de edições e de várias editoras. O problema, sem sombra de dúvidas, foi o preço bastante salgado – mesmo sendo aberto para negociações de descontos.

A ala da literatura infantil era uma das poucas que ofereciam promoções bem em conta, com livros variando entre dois e quinze reais. Muitos pais aproveitaram e fizeram a alegria dos pequenos com livros de adesivos, de colorir e gibis.

Assim como a infantil, a ala de mangás estava com preços bem razoáveis, oferecendo descontos para quem comprasse vários volumes do mesmo título. O que faltou foram as novidades, e vimos somente o “mais do mesmo” e as mesmas sagas de sempre. Uma ótima chance para quem queria completar a sua coleção.

Outros stands que valiam a visita por conta dos preços era os de publicações de livros artísticos e as publicações das editoras universitárias, onde era possível encontrar livros com preços a partir de dez reais.

Mas os especializados em fantasia e ficção em geral mantiveram os preços vistos na internet e nas próprias livrarias. Mas a possibilidade da compra sem o pagamento de frete já é algo considerável; sendo assim, isso acaba sendo um problema de acordo com o bolso de cada um.

O ideal seria vermos grandes promoções com descontos para quem fosse comprar em quantidades em vários stands, incentivando a compra e consequentemente a leitura. 


Presença das grandes editoras

Haviam poucos stands exclusivos das grandes editoras.

Boa parte delas estavam mescladas com stands de livrarias, mas isso não diminuiu a quantidade de publicações postas à venda, e era possível encontrarmos as mais recentes edições publicadas, edições comemorativas e boxes de títulos já famigerados como Harry Potter e As Crônicas de Gelo e Fogo.

Mas algumas editoras capricharam no seu espaço, como a Giz Editorial que era um ótimo stand para os fãs de literatura fantástica.

Inúmeros títulos – não só da Giz e também de outras editoras como a Aleph – e com os lançamentos mais desejados do momento, como o livro Star Wars - Herdeiro do Império e muitos outros livros de autores nacionais. 

Outra editora com uma presença marcante era a Novo Século, que tinha como destaque o livro A Arma Escarlate e sua autora, Renata Ventura, que estava distribuindo simpatia e autógrafos para os seus fãs.



Outras grandes editoras e selos editoriais como Arqueiro, Rocco, Record, Bertrand Brasil, Fantasy, LeYa, Zahar e Martins Fontes também marcaram presença nos stands das grandes livrarias, levando obras de autores já consagrados e novos nomes para ficar de olho e acompanhar.



Palestras

As palestras foram o que mais evidenciou a importância dada a literatura fantástica nesta edição da Bienal – e isso foi um dos pontos mais positivos do evento.

O Espaço Juventude Fantástica ofereceu palestras com temáticas envolvendo a literatura contemporânea e seus grandes nomes, analisando suas obras e sua importância e influência para obras vindouras. Mesas redondas sobre as raízes da fantasia, como a cultura brasileira está presente nas obras nacionais contando com a presença de mais autores nacionais como Leonel Caldela, André Vianco e Raphael Draccon e Carolina Munhoz.


Somado a isso, tivemos mais debates sobre ficção científica, distopia – muito em alta – e outras muito interessantes para quem almeja ser escritor. Realmente, um espaço imperdível.


O evento em geral

Ir a Bienal do Ceará é sempre gratificante e pode ser recompensador para quem tem muita disposição para pesquisar bem os preços e participar das palestras e apresentações especiais.

Mas claro que o evento ainda tem muito o que evoluir e melhorar.

Primeiramente em termos de divulgação. O que quase todos notaram de primeira foi o público reduzido, devido à falta de divulgação por parte da organização – e essa já é a décima primeira edição. Essa foi a principal queixa de alguns vendedores, que compartilharam comigo suas opiniões divididas sobre a administração da Bienal.

Indubitavelmente, faltou um pouco mais de organização. Muitas pessoas reclamaram que não havia uma distribuição de folhetos contendo a programação – o que foi corrigido nos últimos dias – e claro, os preços que não propiciaram melhores compras.

Mas foi muito bom perceber o espaço que a fantasia vem ganhando no meio de eventos de literatura não direcionados a ela.

Entre pontos positivos e negativos, valeu a pena prestigiar o evento. E ficamos no aguardo da próxima, que com certeza será bem melhor, com mais público e muito mais atrações. Assim esperamos.



Até a XII Bienal Internacional do Livro do Ceará!

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