Resenha: Star Wars - Herdeiro do Império - Trilogia Thrawn

Título – Herdeiro do Império

Título Original - Hein to the Empire

Autor – Timothy Zahn

Páginas – 472

Editora – Aleph

Sinopse

Luke, Han e Leia enfrentam uma nova ameaça. Cinco anos após a destruição da Estrela da Morte, a ainda frágil República luta para restabelecer o controle político e curar as feridas deixadas pela guerra que assolou a galáxia.

O Império, porém, parece não ter morrido com Darth Vader e o imperador. Habitando os confins da galáxia, o grão-almirante Thrawn, gênio militar por trás de diversas ações imperiais, ainda luta para reconquistar o poder perdido.

A bordo do destroier estelar Quimera, ele descobre segredos que lhe darão a chance de destruir definitivamente o que restou da Aliança Rebelde, para assim retomar o domínio da galáxia e controlar os últimos dos Jedis.

Herdeiro do Império é considerado um dos mais importantes marcos do universo expandido de STAR WARS. Desde seu lançamento, tem sido aceito pelos fãs da franquia como a verdadeira continuação da trilogia original. Além disso, a obra foi usada como base criativa para vários outros produtos da série, incluindo elementos de jogos, filmes e animações.

No ano em que aguardamos ansiosamente o dia 15 de dezembro, a Editora Aleph presenteia o público brasileiro relançando uma trilogia (originalmente publicada entre 1991 e 1993) que é considerada a continuação direta de O Retorno de Jedi (1980) – A Trilogia Thrawn.

O autor Timothy Zahn tinha uma tarefa árdua pela frente: dar continuidade a uma das maiores histórias de ficção, ambientada em um universo imenso, rico, povoado por vários mundos, cada um com suas raças, monstros e culturas. Uma obra grandiosa, daquelas que consegue agregar legiões de fãs por todo mundo até hoje. Resumindo: a responsabilidade de Zahn era enorme.

Mas ao iniciar a leitura de Herdeiro do Império qualquer leitor que já teve algum contato com a obra cinematográfica de George Lucas, mais precisamente com a chamada Trilogia Original (episódios IV, V e VI) irá se sentir muito bem ambientado e, por que não dizer, saudosista diante da narrativa excepcional, da escrita ágil, expressiva e da grande desenvoltura com a qual Zahn consegue narrar as batalhas travadas entre a Nova República e os resquícios do Império.

O livro traz de volta os protagonistas Luke, Leia, Han – acompanhados de Chewbacca e Lando – agora completamente compenetrados na missão de expandir o território da Nova República, chegando a planetas antes dominados pelo Império ou neutros. Mas claro que eles não farão isso sem nenhuma resistência.

Como já era de se esperar, o Império não acabou junto com o imperador Palpatine, e agora as tropas remanescentes são comandadas pelo novo grão-almirante Thrawm, um alienígena de pele azulada, olhos vermelhos e uma mente afiadíssima, que aparentemente está sempre um passo à frente de Luke e seu grupo.

Thrawm é o responsável por estratégias brilhantes e ataques impecáveis a bases republicanas, e possui um truque na manga que poderá ser definitivo em uma grande batalha iminente – principalmente contra cavaleiros jedi. Um vilão daqueles que geram admiração, respeito e um dos pontos altos dessa obra. Só de ele ser um alienígena e ser um membro do alto escalão do Império – que como sabemos não permitia aliens em seu exército – já podemos perceber o quão temível ele é, e ele emana essa aura em todas as cenas em que participa.

Além da ameaça representada pela figura desse antagonista, temos um clone de um antigo mestre jedi que resolve se unir a ele. Estamos falando de Joruus C’baoth, um jedi poderoso e que, se for bem manipulado por Thrawm, poderá ser decisivo nesse novo embate contra a República. Mais precisamente contra Luke.

Novos personagens são muito bem incorporados a essa trilogia. A mais notável, sem sombra de dúvidas, é a guerreira Mara Jade, que alimenta um ódio destrutivo por Luke.

A motivação de todo esse rancor é um enigma que se estende durante boa parte da narrativa, e que quando é finalmente revelado transparece toda a importância que ela teve na guerra primordial, quando o Império havia atingido o seu auge. Com uma habilidade ainda subdesenvolvida na Força e uma personalidade marcante, Mara Jade é outra personagem feminina muito relevante nesta saga, e uma boa antagonista direta para Luke.

A narrativa é frenética, com um pouco de ausência de descrições mais detalhadas, e isso contribui muito para a fluidez da história.

Apesar de ser um livro volumoso, a leitura de Herdeiro do Império é quase que impulsionada por um hyperdrive. As páginas são folheadas com muita rapidez e Timothy não perde o ritmo em nenhum momento, conseguindo cumprir primorosamente a tarefa árdua que mencionei no começo desta resenha.

É como ter um novo filme de Star Wars passando dentro da sua cabeça, com ótimas cenas de ação, tramas intrincadas, um desfecho bem encaixado, heróis já amados por todos e novos inimigos temíveis e construídos bem no estilo desta incrível space opera que há muito tempo já se consagrou como uma das maiores obras de fantasia de todos os tempos.

Timothy Zahn reproduz com precisão nesse primeiro volume de sua trilogia toda a intensidade e todo o poder que só os filmes de Star Wars possuem. Um deleite para quem já está ansioso pelo Despertar da Força em dezembro deste ano.

Recomendadíssimo.

História