Autor – Leo Lopes
Páginas – 205
Editora – AVEC
Sinopse
Em um futuro próximo, as desigualdades sociais e econômicas chegaram a níveis tão alarmantes que o Estado não tem condições de manter a ordem e garantir a segurança pública.
Todo o poder é concentrado nas mãos de megacorporações multinacionais que criam e impõem as leis por meio de suas milícias particulares, chamadas Polícias Corporativas.
No Rio de Janeiro, a Fronteira, uma muralha intransponível que cerca a Barra da Tijuca e o Recreio dos Bandeirantes, protege os interesses das megacorporações, relegando os habitantes dos demais bairros a uma vida sem lei em um território dominado pelas gangues.
Tudo pode acontecer quando o assassinato de uma prostituta no edifício de uma megacorporação leva um detetive particular a voltar para a Barra da Tijuca após anos de exílio no que todos se acostumaram chamar de Zona de Guerra.
E esse ano está realmente com
agradáveis surpresas literárias!
Quando vi na timeline do meu
perfil no facebook e também na página do blog o anúncio do lançamento desse
livro fiquei um pouco intrigado e receoso.
Pela sinopse da história, deu
para perceber que se tratava de uma ficção científica mesclada com uma
abordagem de desigualdade social que extrapola todos os limites, em um mundo
tecnologicamente avançado onde parte da sociedade é extremamente decadente, e
com pouco ou quase nenhum acesso a todo esse desenvolvimento. E isso faz a
história criada por Leo Lopes se encaixar dentro do subgênero cyberpunk.
O mais interessante é que
temos tudo isso se desenrolando aqui no Brasil, mais precisamente no Rio de
Janeiro. Mais precisamente ainda, na Barra da Tijuca, uma das “áreas nobres” do
que restou do Brasil, onde as megacorporações que controlam tudo e (quase)
todos, dita as regras e monta uma segurança reforçada para garantir a segurança
dos “cidadãos de bem”.
E nessa distopia temos o
detetive Freitas. Um homem que mesmo possuindo um passe de permanência absoluta
para residir dentro da área confortável e segura, decidiu morar na zona de
guerra. Todos os moradores e até mesmo as criminosas gangues e seus líderes o
respeitam por isso. Mas um assassinato envolto em perguntas e suposições irá
mudar a vida do nosso protagonista, levando até uma bela prostituta que quer os
talentos investigativos de Freitas para solucionar o caso.
Logo, o detetive percebe que a
rede que integra todos os possíveis envolvidos é bem maior do que ele pensa. O
perigo mina todos os seus planos e a traição pode vir, como sempre, de onde
menos se espera.
A narrativa desenvolvida pelo
autor flui de uma forma que cativa o leitor logo nos primeiros momentos da
leitura. A linguagem da obra é de fácil assimilação e os diálogos são simples
em sua base, carregados de uma linguagem pesada e por vezes sensual, mas que abrem
o leque de pontos de vista referenciados a situação da sociedade excluída e seu
estado de anarquia absoluta.
Rio: Zona de Guerra não é só um suspense policial, uma trama
investigativa sobre um assassinato de uma prostituta na elite carioca. É uma
história sobre a densa desigualdade social que cobre e devasta nosso país já
nos dias de hoje, e desde sempre. O autor transfigura esse cotidiano de nossa
sociedade com um ambiente dividido entre o progresso e a ruína, com tecnologia
transbordando por todos os lados.
Os tipos humanos se misturam
de forma homogênea. Freitas vai além do admirável morador de zona de guerra,
mostrando uma capacidade de liderança e influência muito abrangente, e o ideal
de derrubar o sistema e mostrar que ainda há algo bom que pode ser resgatado do
meio de todo o caos que permeia as primícias de todas as suas ações.
O que lemos nesta obra não é
sobre o futuro, ou o rumo que as coisas podem tomar. Vemos tudo que está
descrito no nosso cotidiano sem necessidade de análises mais profundas. As
grandes muralhas sociais existem. A desigualdade, independentemente de sua
origem, é um dos catalisadores para a violência generalizada e banal como vemos
no livro, onde a morte chega a ser algo inquietantemente corriqueiro.

Sobre a edição: a AVEC Editora, que já é uma das nossas parceiras, nos proporciona uma leitura agradável com uma edição caprichada em todos os quesitos. Pouquíssimos erros de revisão, papel de qualidade (um pouco amarelado e que não deixa a sombra das letras da página transparecerem na que está sendo lida) e de boa gramatura, fonte aprazível e uma capa com orelhas e ilustrada por Diego Cunha.
O que posso dizer sobre Rio Zona de Guerra é que ele realmente
superou minhas expectativas. Sempre fico muito apreensivo quando vou ler
qualquer obra de ficção científica ou de qualquer um de seus subgêneros, pois
sei como é fácil o autor se perder na linha de sua trama e acabar corrompendo
completamente a proposta do livro.
Porém isso não ocorre na obra
de Leo Lopes. Muito pelo contrário. Em toda a sua simplicidade, ele consegue
simultaneamente manter o ritmo da narrativa com perfeição e manter o suspense
permeando todo o desenrolar da trama. E o final (que diga-se de passagem: dá um
bom gancho para uma continuação...) fecha a história dentro de seu próprio ato,
trazendo o que a maioria dos leitores apreciam: um final sem interrogações.
Recomendo a leitura.
História

Escrita

Revisão

Diagramação

Capa

capa linda e resenha maravilhosa
ResponderExcluirAnsiosa para ler!
ResponderExcluirQuero muito ler! Pela resenha parece ser show!
ResponderExcluirGostei .Espero ler em breve.
ResponderExcluirgostei mtooo qm sabe nao ganho no sorteio
ResponderExcluirAMEIIIIIIIII TO TORCENDO
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