Título – Os Três
Título Original – The Three
Autor – Sarah Lotz
Páginas – 393
Editora– Arqueiro
Sinopse
Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo.
Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação.
A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular:
“Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele...”
Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.
Título Original – The Three
Autor – Sarah Lotz
Páginas – 393
Editora– Arqueiro
Sinopse
Quinta-Feira Negra. O dia que nunca será esquecido. O dia em que quatro aviões caem quase no mesmo instante, em quatro pontos diferentes do mundo.
Há apenas quatro sobreviventes. Três são crianças. Elas emergem dos destroços aparentemente ilesas, mas sofreram uma transformação.
A quarta pessoa é Pamela May Donald, que só vive tempo suficiente para deixar um alerta em seu celular:
“Eles estão aqui. O menino. O menino, vigiem o menino, vigiem as pessoas mortas, ah, meu Deus, elas são tantas... Estão vindo me pegar agora. Vamos todos embora logo. Todos nós. Pastor Len, avise a eles que o menino, não é para ele...”
Essa mensagem irá mudar completamente o mundo.
Vou
começar essa resenha um pouco diferentes das outras que já escrevi, pois tudo
nesse livro é bem diferente dos outros que já recebi e li.
Fui
pego de surpresa quando foi entregue em minha casa o exemplar enviado pela
Editora Arqueiro, parceira do Café & Espadas.
O
motivo da surpresa foi a forma como o livro veio embalado: uma caixa de papel
de qualidade, preta como tudo na edição do livro, com as três ranhuras
vermelhas que dão o charme macabro da capa desta obra. Realmente, de encher os
olhos. Pena que os correios não prezam por esse tipo de cuidado e pela
satisfação do consumidor, pois a caixa veio com várias partes amassadas e até
rasgadas. Mas para os leitores mais experientes com entregas de livros (ou
qualquer outro tipo de encomenda) isso não é novidade. O péssimo serviço - caro,
demorado e descuidado! – já é marca registrada do correio brasileiro.
Mas
deixando isso de lado, devo enfatizar algo sobre a edição de Os Três: a edição é simplesmente um
espetáculo em todos os sentidos. A capa é linda, simples e condiz com toda a
aura que cerca a história escrita por Sarah Lotz. As páginas com bordas pretas
dão a impressão que você carrega um exótico monólito. Os erros de revisão são
praticamente inexistentes e a diagramação é perfeita. É fácil notar o empenho
da editora em produzir uma edição condizente com a qualidade da obra, e isso a
Arqueiro fez com maestria. Mas vamos ao livro em si.
Há
muitas qualidades que devem ser apontadas em Os Três. Uma delas é a sua ideia básica, onde toda a trama se
origina e em torno da qual todos os acontecimentos orbitam.
Quatro
terríveis catástrofes aéreas matam milhares de pessoas em quatro lugares
distintos do mundo. em cada acidente, um sobrevivente. Quatro crianças,
três meninos e uma menina. Que não são mais os mesmos de antes.
Ligado
a isso temos uma mensagem deixada por uma das passageiras do avião que caiu no
Japão. Essa sms gera uma série de
eventos e especulações (em sua boa parte indo para um lado místico) que
culminam em ondas de movimentos religiosos, comoções públicas para com as
vítimas e para as três crianças que sobreviveram.
Não
demora muito para que grandes conspirações surjam, e tudo se torne um inferno
psicológico para os familiares das “crianças-milagres”, ao mesmo tempo que
eventos sobrenaturais os rondam e várias teorias são levantadas, por mais
absurdas que sejam.
Tendo
essas primícias para a história, a autora Sarah Lotz nos apresenta uma forma
simplesmente brilhante de apresentar a sua narrativa: um outro livro dentro de Os três.
Elspeth
Martins é uma jornalista fictícia que escreveu o livro Quinta-Feira Negra – Da queda a conspiração, onde ela reúne
depoimentos, conversas de skype, e-mails e até cartas de pessoas ligadas aos
familiares das crianças que sobreviveram as tragédias. Também são usados
artigos informativos de sites e blogs dedicados a estudar e teorizar os eventos
decorrentes da Quinta-feira Negra. Os eventos que irão transformar o mundo
profundamente.
O
mais interessante – e notável – nessa forma de narrativa escolhida pela autora
é que a trama não apresenta um protagonista. São tantos personagens
interligados entre si que é praticamente impossível apontar um que tenha uma
função central, um destaque. As quatro histórias correm de forma entrelaçadas,
se cruzando em alguns pontos. E isso nos prende na leitura desse livro.
A
escrita da autora é contemporânea, fluida e repleta de referências a cultura
pop e a eventos políticos recentes. Em determinados momentos a trama parece se
arrastar e dar voltas, e é nesses momentos que um evento estranho é descrito, e
lá estamos nós presos novamente na curiosidade de saber o que vem a seguir. E
isso se prolonga até a boa guinada final.
O
elemento suspense foi colocado em uma boa medida – mesmo que eu ache que ele
poderia ter sido um pouco mais explorado... – e coloca o leitor para elaborar
suas próprias teorias sobre, afinal, o que diabos aconteceu com essas crianças.
E isso tornou a leitura divertida em determinados momentos, e um pouco vaga em
outros. E de gelar a espinha em alguns.
Os
personagens (que são bem numerosos...) são frágeis e reais. Mostram as melhores
e piores faces que um ser humano pode revelar diante de grandes tragédias e do
medo do desconhecido. Alguns são tomados por questionamentos cruéis, e são
pegos pelo fato de que teria sido melhor ter perdido tudo nas tragédias da
Quinta-Feira Negra.
No
geral, podemos dizer que Os Três
transborda a temática do sobrenatural e escancara de forma bem incisiva os
males causados por qualquer tipo de fanatismo, principalmente o religioso,
junto com tudo que é intrínseco a ele, como a ignorância da grande massa e como
alguns podem usar isso em benefício próprio de uma forma inescrupulosa.
Piorando o mundo que eles deveriam melhorar.
Se
pudéssemos resumir Os Três em uma
única palavra, essa palavra seria “instigante”.
Sarah
Lotz conseguiu fazer um livro que envolve o leitor em uma atmosfera inquietante,
realmente instigante, que faz você pensar na história mesmo depois do término
da leitura. Não somente sobre os aspectos mais obscuros e paranormais, mas
também sobre como as convicções humanas e julgamentos precipitados podem levar
a tragédias terríveis com consequências que se arrastam em várias camadas
sociais. Esse foi o ponto mais interessante de toda a narrativa.
O
livro não me agradou por completo. Acho que algumas coisas ficaram muito
suspensas e vagas, o que pode tornar a especulação sobre o real significado das
coisas difícil para o leitor. Mas a obra passa bem longe da mediocridade (mas
também não chega a ser excepcional), e se torna uma ótima leitura, que poderia
ser melhor...
Então,
não espere um livro de terror explícito! Não espere que no final do livro tudo
seja explicado nos mínimos detalhes.
Espere
por uma história que vai se arrastar até você no fim da noite, e te fazer
pensar bastante sobre ela e suas “crianças-milagres”. Espere uma viagem cruel
pela intolerância humana e suas raízes podres e incongruentes.
Recomendo
a leitura.
História

Escrita

Revisão

Diagramação

Capa

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