Conversas de Taberna: Da ficção para a realidade - Parte 1 - Café & Espadas

21 de junho de 2014

Conversas de Taberna: Da ficção para a realidade - Parte 1

Olá, pessoas!

Estamos aqui com mais um Conversas de Taberna e assunto de hoje é sobre as previsões que os autores de ficção científica tiveram sobre o futuro da humanidade, previsões essas que acabaram por se tornar realidade e que tiveram/têm grandes influências em nosso cotidiano.

Para ilustrar a nossa conversa de hoje, apresentarei a vocês um infográfico feito por Isabelle Turner, que se baseou no site "io9 - We come from the future" (um blog internacional que fala sobre os temas de ficção científica, fantasia, futurismo, ciência, tecnologia e áreas afins), para mostrar todas as vezes em que os autores acertaram no "chute".

Vamos começar? Hoje eu vou de cappuccino e vocês?


Não é de hoje que vemos novos inventos e descobertas pelo mundo afora. Sempre somos surpreendidos com alguma nova tecnologia que promete mudar nossas vidas e modificar bastante o nosso dia-a-dia, como a internet, por exemplo, e o uso constante dos fones de ouvido.

Percebendo a grande influência da literatura sobre a ciência (ou vice-versa), uma leitora do site io9 fez um infográfico muito interessante sobre esses inventos nos livros e no mundo real. Ela titulou o infográfico como "Predição ou Influência - Uma História dos Livros que Previram o Futuro". No lado esquerdo, ela listou as previsões e, do outro, revelou o ano em que a descoberta aconteceu na vida real, além de indicar a duração entre previsão e realização.


1735 - Em As Viagens de Gulliver, Jonathan Swift afirmou que Marte possuía duas luas e em 1877 (142 anos depois) a ciência descobriu que isso era verdade.

1865 - Júlio Verne nos contou, em Da Terra à Lua, que módulos lunares seriam lançados da Flórida, exatamente como aconteceu em 1969 (104 anos depois). Em 1870, Júlio também afirmou a existência de  submarinos elétricos em Vinte Mil Léguas Submarinas que foram inventados na década de 1960 (90 anos depois).


Até os cartões de créditos foram previstos em 1888 na obra de Edward Bellamy em Daqui A Cem Anos - Revendo o Futuro. Em 1950, a invenção ocorreu de fato.

Em 1889, Júlio Verne mais uma vez acertou na previsão de shows aéreos onde aviões escrevem mensagens no céu e deixam um belo rastro de fumaça. Em 1915, aconteceu a primeira apresentação, do tipo descrito, em São Francisco, Estados Unidos. No mesmo livro, O Eterno Adão e o Dia de um Jornalista Americano em 2889, Júlio falou sobre conversas com vídeo (videoconferência) que ficou conhecida em 1964 com a estreia do Picturephone (uma espécie de telefone com tela de vídeo) pela empresa AT&T (uma companhia americana de telecomunicações).

Em When the Sleeper Wakes (sem tradução para o português - 1899) H. G. Wells fala sobre portas sensíveis ao movimento, abrindo e fechando automaticamente. Esse tipo de porta foi inventada em 1960 aqui no mundo real. Já em 1903, no conto A Terra dos Cegos, Wells descreve os tanques de guerra e em 1916 o primeiro tanque foi usado.

Edwin Balmer e William MacHarg descreveram como seriam os testes com detectores de mentiras no livro The Achievements of Luther Trant (sem tradução para o português - 1910) e em 1924 o primeiro polígrafo foi utilizado pela polícia.


1911 - Em Ralph 124C 41+, Hugo Gernsback falou sobre o radar (detector de objetos via satélite), porém há indícios de que o radar foi inventado em 1904, mas não teve nenhuma utilidade na época. Em 1934 o primeiro radar foi reprojetado e, com isso, ganhou uma forte usabilidade no decorrer da 2ª Guerra Mundial. No mesmo livro, Hugo também descreve a energia solar e em 1978 surgem as primeiras calculadoras alimentadas por energia solar.

1914 - Mais uma vez H. G. Wells presenteia com uma previsão. No livro The World Set Free (sem tradução para o português) ele fala sobre o uso das bombas atômicas. No mesmo ano, o mundo estava em tensão e se preparando para a primeira Grande Guerra, mas as primeiras bombas foram usadas na segunda Grande Guerra e todos nós ficamos sabendo quais estragos elas fazem.

1923 - H. G. Wells, assim como Júlio Verne, é um mestre na arte de prever os grandes inventos. No livro Men Like Gods (sem tradução para o português) ele cita o correio de voz que foi popularizado na década de 1980.

1924 - J. B. S. Haldane tem sua primeira visão do futuro no livro Daedalus; or Science and the Future (sem tradução para o português): a fertilização em laboratório. No nosso mundo, a primeira fertilização do tipo, teve sucesso apenas no ano de 1977.

1932 - Nesse ano, Aldous Huxley nos presenteia com o livro Admirável Mundo Novo, além de nos relatar os acontecimentos que ele previu sobre o futuro: as drogas que modificavam o humor das pessoas (antidepressivos) e a engenharia genética. De fato a ciência estava em evolução e em 1950 os antidepressivos foram popularizados e, no ano de 1972 aconteceu a primeira manipulação de DNA.

É aceitável a ideia de que esses autores foram influenciados por suas pesquisas enquanto escreviam seus livros. Porém, alguns, escreveram suas visões sobre o futuro muitos (muitos mesmo) anos antes de o cientistas descobrirem que tal coisa era realmente possível ser descoberta ou inventada. É aqui que vemos o quão importante é a pesquisa antes, ou mesmo durante, de começar a escrever algo que você quer que faça história.

Muitos autores de hoje escrevem apenas por escrever, como falei em uma das minhas resenhas: só escrevem o que é comercial, sobre o que está na moda e esquecem que, além de distração um livro deve ter conhecimento. Mesmo que seja uma fantasia ou um romancezinho, um livro deve nos fazer pensar.

O nosso Conversas de Taberna de hoje vai ficar por aqui, porém o infográfico não acabou. Por isso, amanhã teremos a continuação da conversa de hoje. Enquanto isso, se alguns de vocês souberem de mais autores do passado que previram o futuro que vivemos, por favor, compartilhem conosco! Mas não se esqueçam que amanhã tem mais!

Então até amanhã, pessoas!

2 comentários:

  1. Que coincidência! Acabei de ler "Da Terra à Lua" do Júlio Verne. Divertidíssimo. As personagens do Clube do Canhão são muito engraçadas. Tem uma continuação: "Viagem ao redor da Lua". Lá vai eu, que tinha prometido a mim mesmo não comprar mais livros até o próximo black friday, comprar mais um.

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  2. Ah, Jean! Nós também vivemos quebrando nossas promessas de não comprar livros!

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