A Editora Saída de Emergência, parceira do Café & Espadas, divulgou em suas rede sociais uma entrevista com Terry Brook, autor de A Espada de Shannara, um dos mais recentes lançamentos da editora.
a entrevista foi concedida à revista Bang! e entre alguns assuntos, Brooks fala sobre os personagens da trilogia Shannara, o mercado editorial da literatura de fantasia e sobre uma possível série televisiva baseada em sua obra.
Confira:
O seu livro que fala sobre a sua carreira de escritor, Sometimes the
Magic Works [Às vezes a mágica funciona], conta a história de como o famoso
editor Lester del Rey escolheu seu primeiro livro, A Espada de Shannara, para
ser publicado, o que deu início a uma nova tendência editorial de fantasia,
influenciada pelo legado de J. R. R. Tolkien. Mais de 35 anos depois, como você
encara o início de sua carreira e o fato de ter sido guiado por Lester del Rey?
Penso nisso como um incrível
golpe de sorte. Eu era um jovem escritor sem experiência e sem contatos no
mundo editorial quando enviei A Espada de Shannara e Lester aceitou publicá‑lo – mas apenas se eu estivesse disposto a trabalhar muito com ele
para editar o manuscrito. Claro que aceitei. Contudo, ele foi severo comigo e,
ao longo do processo, me ensinou muito sobre o que significava ser um escritor
de ficção. A maioria das coisas que aprendi sobre a escrita e ser escritor foi
por influência dele. Ele se tornou um mentor, um editor e uma figura paterna.
Orientou a minha carreira e me deu conselhos sobre o que implicava ser um
escritor de não apenas um livro, mas de muitos, especialmente ao longo dos
primeiros seis ou oito livros.
Qual foi a lição mais valiosa que você aprendeu com o seu primeiro
editor?
Lester me ensinou a editar o meu
próprio trabalho de modo a torná‑lo melhor antes mesmo de apresentá‑lo a ele. Eu não sabia quase nada sobre a razão
de algumas soluções funcionarem melhor do que
outras ou sobre como ler o meu próprio trabalho de forma objetiva. Ele me
ensinou tudo isso.
Ao longo de mais de 30 anos, você construiu um vasto universo na saga
Shannara. Qual é o seu segredo para manter tudo bem organizado e mapeado?
Desenho os meus próprios mapas
antes de começar um livro, e assim consigo obter boas referências dos locais e
das distâncias entre eles. Consigo manter tudo sempre organizado se eu começar
esboçando a estrutura da obra antes de iniciar o livro. Isso me ajuda a manter
tudo na cabeça e, ao criar essa estrutura, fico livre para me dedicar ao
processo criativo da escrita, sem perder tempo pensando em qual será o fim do
livro. Sempre recomendei esse processo para todos os escritores. Ajuda muito.
Na saga Shannara, você destrói a linha divisória entre magia e ciência.
O Velho Mundo foi destruído devido ao uso excessivo de tecnologia e a magia se
tornou o poder dominante. Essa foi uma tentativa de subverter as convenções da
fantasia épica?
Foi certamente uma forma de
desafiar essa crença antiga de que nunca se deve misturar esses dois gêneros.
Mas a natureza da história me forçou a tentar. Uma vez que a ciência do Velho
Mundo se perdeu durante a sua destruição e a magia a substituiu se tornando o
poder dominante, não senti que seria uma relação conflituosa na saga.
De todos os personagens da trilogia da Espada de Shannara, qual foi o
que mais o desafiou como escritor?
É uma pergunta difícil. Acho que
foi Allanon. Ele tem uma personalidade muito difícil e possui muito conhecimento
e poder. Havia o perigo de me esquecer de que ele era humano e que as suas
decisões teriam consequências emocionais para ele. Ele tinha que ser um
personagem forte, mas não demais, a ponto de não cativar o leitor.
Em seu artigo “A razão por que escrevo sobre elfos”, você escreveu que
[a fantasia] nos mostra a realidade disfarçada, ao mesmo tempo que nos permite
desmascará‑la”. Quais eram os temas que você desejava
desmascarar na trilogia da Espada de Shannara?
Para ser sincero, isso não
aconteceu tanto no primeiro, mas à medida que fui escrevendo mais livros da
série. Quanto mais livros você escreve numa saga, mais profundidade eles
precisam ganhar. Por isso, apesar de sempre existir uma história sobre uma
jornada e um bando de heróis, é necessário que exista um tema subjacente a tudo
isso. Um autor deseja que a sua criação tenha impacto para além da fantasia,
quer sugerir coisas à mente do leitor sobre o seu próprio mundo que normalmente
não pensaria. Se você analisar um tema sob uma nova perspectiva, irá repensar
as suas crenças. Na trilogia da Espada de Shannara, eu estava concentrado
principalmente na questão da responsabilidade e da lealdade que devemos às
pessoas à nossa volta. Até que ponto estamos dispostos a ajudar os outros?
Você pode contar para a gente a sua opinião sobre a publicação de
fantasia no atual mundo editorial? De que maneira isso evoluiu desde o início
da sua carreira?
Quando comecei, ninguém lia
fantasia que não fosse os clássicos – Oz, Tarzan, Alice, esse tipo de livros –,
exceto Tolkien. A opinião unânime editorial dizia que a fantasia não iria
vender bem. Tinha um mercado de nicho, mas não muito grande. Tolkien era a
exceção, mas só podia haver um dele. Hoje em dia, temos centenas de novos
livros de fantasia todos os anos, e muitos deles são publicados como Young
Adult. Também temos os filmes de Harry Potter e O Senhor dos Anéis, e este ano
estreiam vários filmes baseados em livros de fantasia. O meu livro Magic
Kingdom for Sale [Reino mágico à venda] é uma dessas obras, mas só vai estar
pronto daqui a um ano ou mais.
Recentemente, o canal MTV anunciou que vai desenvolver uma série
televisiva baseada na saga Shannara. Você se envolverá no processo? Os seus fãs
estão esperando há muitos anos por uma adaptação desta saga. Você acha que
conseguirá ficar à altura da expectativa deles?
Tenho todas as razões para
acreditar que Shannara será uma série televisiva em cerca de um ano. O processo
está em andamento e acredito que a produção irá começar nos próximos meses.
Estou envolvido no processo criativo. Trabalho com os roteiristas e os ajudo a
se manterem fiéis ao livro As Pedras Élficas de Shannara [2º volume da trilogia
da Espada de Shannara], que servirá de base para a primeira temporada. Estou
muito entusiasmado com a adaptação. Acredito que finalmente encontramos o lugar
certo para isso acontecer.
A nossa editora acabou de anunciar um prêmio literário de literatura
fantástica para escritores de língua portuguesa. O vencedor será publicado em
Portugal e no Brasil. Qual seria o seu conselho para os novos escritores que
estão tentando alcançar o sucesso nesta indústria?
O meu conselho é sempre o mesmo:
escrevam um bom livro. Contem uma boa história. Se fizerem isso, todo o resto
irá acontecer naturalmente.
Continue acompanhando o Café & Espadas, pois logo logo teremos a resenha de A Espada de Shannara.
Até a próxima!
Até a próxima!
Via Revista Bang!
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