Parceria: Entrevista com Terry Brooks - Saída de Emergência - Café & Espadas

29 de maio de 2014

Parceria: Entrevista com Terry Brooks - Saída de Emergência


A Editora Saída de Emergência, parceira do Café & Espadas, divulgou em suas rede sociais uma entrevista com Terry Brook, autor de A Espada de Shannara, um dos mais recentes lançamentos da editora.

a entrevista foi concedida à revista Bang! e entre alguns assuntos, Brooks fala sobre os personagens da trilogia Shannara, o mercado editorial da literatura de fantasia e sobre uma possível série televisiva baseada em sua obra. 

Confira:

O seu livro que fala sobre a sua carreira de escritor, Sometimes the Magic Works [Às vezes a mágica funciona], conta a história de como o famoso editor Lester del Rey escolheu seu primeiro livro, A Espada de Shannara, para ser publicado, o que deu início a uma nova tendência editorial de fantasia, influenciada pelo legado de J. R. R. Tolkien. Mais de 35 anos depois, como você encara o início de sua carreira e o fato de ter sido guiado por Lester del Rey?

Penso nisso como um incrível golpe de sorte. Eu era um jovem escritor sem experiência e sem contatos no mundo editorial quando enviei A Espada de Shannara e Lester aceitou publicálo – mas apenas se eu estivesse disposto a trabalhar muito com ele para editar o manuscrito. Claro que aceitei. Contudo, ele foi severo comigo e, ao longo do processo, me ensinou muito sobre o que significava ser um escritor de ficção. A maioria das coisas que aprendi sobre a escrita e ser escritor foi por influência dele. Ele se tornou um mentor, um editor e uma figura paterna. Orientou a minha carreira e me deu conselhos sobre o que implicava ser um escritor de não apenas um livro, mas de muitos, especialmente ao longo dos primeiros seis ou oito livros.


Qual foi a lição mais valiosa que você aprendeu com o seu primeiro editor?

Lester me ensinou a editar o meu próprio trabalho de modo a tornálo melhor antes mesmo de apresentálo a ele. Eu não sabia quase nada sobre a razão de algumas soluções funcionarem melhor do que outras ou sobre como ler o meu próprio trabalho de forma objetiva. Ele me ensinou tudo isso.


Ao longo de mais de 30 anos, você construiu um vasto universo na saga Shannara. Qual é o seu segredo para manter tudo bem organizado e mapeado?

Desenho os meus próprios mapas antes de começar um livro, e assim consigo obter boas referências dos locais e das distâncias entre eles. Consigo manter tudo sempre organizado se eu começar esboçando a estrutura da obra antes de iniciar o livro. Isso me ajuda a manter tudo na cabeça e, ao criar essa estrutura, fico livre para me dedicar ao processo criativo da escrita, sem perder tempo pensando em qual será o fim do livro. Sempre recomendei esse processo para todos os escritores. Ajuda muito.


Na saga Shannara, você destrói a linha divisória entre magia e ciência. O Velho Mundo foi destruído devido ao uso excessivo de tecnologia e a magia se tornou o poder dominante. Essa foi uma tentativa de subverter as convenções da fantasia épica?

Foi certamente uma forma de desafiar essa crença antiga de que nunca se deve misturar esses dois gêneros. Mas a natureza da história me forçou a tentar. Uma vez que a ciência do Velho Mundo se perdeu durante a sua destruição e a magia a substituiu se tornando o poder dominante, não senti que seria uma relação conflituosa na saga.


De todos os personagens da trilogia da Espada de Shannara, qual foi o que mais o desafiou como escritor?

É uma pergunta difícil. Acho que foi Allanon. Ele tem uma personalidade muito difícil e possui muito conhecimento e poder. Havia o perigo de me esquecer de que ele era humano e que as suas decisões teriam consequências emocionais para ele. Ele tinha que ser um personagem forte, mas não demais, a ponto de não cativar o leitor.


Em seu artigo “A razão por que escrevo sobre elfos”, você escreveu que [a fantasia] nos mostra a realidade disfarçada, ao mesmo tempo que nos permite desmascarála”. Quais eram os temas que você desejava desmascarar na trilogia da Espada de Shannara?

Para ser sincero, isso não aconteceu tanto no primeiro, mas à medida que fui escrevendo mais livros da série. Quanto mais livros você escreve numa saga, mais profundidade eles precisam ganhar. Por isso, apesar de sempre existir uma história sobre uma jornada e um bando de heróis, é necessário que exista um tema subjacente a tudo isso. Um autor deseja que a sua criação tenha impacto para além da fantasia, quer sugerir coisas à mente do leitor sobre o seu próprio mundo que normalmente não pensaria. Se você analisar um tema sob uma nova perspectiva, irá repensar as suas crenças. Na trilogia da Espada de Shannara, eu estava concentrado principalmente na questão da responsabilidade e da lealdade que devemos às pessoas à nossa volta. Até que ponto estamos dispostos a ajudar os outros?


Você pode contar para a gente a sua opinião sobre a publicação de fantasia no atual mundo editorial? De que maneira isso evoluiu desde o início da sua carreira?

Quando comecei, ninguém lia fantasia que não fosse os clássicos – Oz, Tarzan, Alice, esse tipo de livros –, exceto Tolkien. A opinião unânime editorial dizia que a fantasia não iria vender bem. Tinha um mercado de nicho, mas não muito grande. Tolkien era a exceção, mas só podia haver um dele. Hoje em dia, temos centenas de novos livros de fantasia todos os anos, e muitos deles são publicados como Young Adult. Também temos os filmes de Harry Potter e O Senhor dos Anéis, e este ano estreiam vários filmes baseados em livros de fantasia. O meu livro Magic Kingdom for Sale [Reino mágico à venda] é uma dessas obras, mas só vai estar pronto daqui a um ano ou mais.


Recentemente, o canal MTV anunciou que vai desenvolver uma série televisiva baseada na saga Shannara. Você se envolverá no processo? Os seus fãs estão esperando há muitos anos por uma adaptação desta saga. Você acha que conseguirá ficar à altura da expectativa deles?

Tenho todas as razões para acreditar que Shannara será uma série televisiva em cerca de um ano. O processo está em andamento e acredito que a produção irá começar nos próximos meses. Estou envolvido no processo criativo. Trabalho com os roteiristas e os ajudo a se manterem fiéis ao livro As Pedras Élficas de Shannara [2º volume da trilogia da Espada de Shannara], que servirá de base para a primeira temporada. Estou muito entusiasmado com a adaptação. Acredito que finalmente encontramos o lugar certo para isso acontecer.


A nossa editora acabou de anunciar um prêmio literário de literatura fantástica para escritores de língua portuguesa. O vencedor será publicado em Portugal e no Brasil. Qual seria o seu conselho para os novos escritores que estão tentando alcançar o sucesso nesta indústria?

O meu conselho é sempre o mesmo: escrevam um bom livro. Contem uma boa história. Se fizerem isso, todo o resto irá acontecer naturalmente.


Continue acompanhando o Café & Espadas, pois logo logo teremos a resenha de A Espada de Shannara.

Até a próxima!




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