Resenha: Mago e Vidro - A Torre Negra IV - Café & Espadas

2 de abril de 2014

Resenha: Mago e Vidro - A Torre Negra IV

Título – A Torre Negra IV – Mago e Vidro 
Título Original – The Dark Tower IV – Wizard and Glass 
Autor – Stephen King 
Páginas - 1012
Editora – Ponto de Leitura 


Sinopse 


A odisseia de Roland de Gilead em busca da Torre Negra continua. No quarto volume da série imagina por Stephen King, novos perigos ameaçam o ka-tet de Roland – formado por Jake, Eddie Dean, Susannah e Oi.


Mago e vidro retoma a eletrizante narrativa interrompida em As terras devastadas. Depois de enfrentar a terrível ameaça do monotrilho Blaine, o último pistoleiro e seus seguidores desembarcam na cidade de Topeka, no Kansas, e retornam o Caminho do Feixe de Luz que leva à Torre Negra. 


Nesse momento, Roland conta aos companheiros a história de seu passado e a trágica perda de seu grande amor de juventude, a bela Susan Delgado. Prosseguindo em sua jornada, o ka-tet chega a um palácio de vidro onde encontra ninguém menos do que a antiga nêmesis de Roland: Marten Broadcloak, conhecido em outros mundos por diferentes nomes, como Randall Flagg e Walter Padick. 


O grupo, então, mergulha em um mistério que envolve magias e ameaças arrebatadoras, e descobre uma pavorosa verdade sobre o passado de Roland.


A saga de Roland Deschain, o último pistoleiro do Mundo Médio chega ao seu quarto capítulo, um grande e surpreendente capítulo, onde o passado do pistoleiro é explorado e contado por ele mesmo para o seu novo ka-tet. Com revelações densas e conturbadas, o passado de Roland é narrado para Susannah, Eddie, Jake e Oi.

O livro é volumoso (a edição que li, que é a de bolso, tem pouco mais de mil páginas), mas vale cada sílaba lida, não é cansativa em nenhum momento, e me arrisco a dizer que esse é o ápice de toda a saga. Acho difícil algum outro volume superar esse e O Pistoleiro.

Stephen King conseguiu prender a minha atenção em cada momento da narrativa, até mesmo naqueles em que não havia balas sendo disparadas ou batalhas de vida ou morte; sempre havia alguma trama se desenrolando, um plano sendo feito, como em um jogo de xadrez onde os participantes devem pensar jogadas à frente, ou como os personagens mencionam no livro, um jogo de castelos.

Desde o primeiro volume, os leitores vêm se perguntando sobre o que aconteceu no passado de Roland. Como ele se tornou um matador tão frio, e sem a capacidade de desenvolver afeição por qualquer pessoa, e disposto a abandonar qualquer um e qualquer coisa pela Torre Negra e também o porquê dessa obsessão tão grande em achá-la. Muitas dessas interrogações são respondidas nesse livro. E uma boa parte com certeza só será respondida nos volumes seguintes.

Após derrotarem o monotrilho Blaine usando uma lógica inversa de Eddie, Roland e companhia chegam a Topeka, uma cidade do estado do Kansas. Mas esse Kansas não é igual ao dos Estados Unidos que Eddie, Susannah e Jake deixaram pra trás...

Nessa “versão” do Kansas eles encontram coisas que são similares e diferentes ao mesmo tempo do Kansas de seu tempo (carros de marcas que eles nunca ouviram falar, redes de restaurantes também desconhecidas, mostrando que os mundos possuem “versões” paralelas entre si.) e após uma investigação rápida, eles constatam que a população humana daquele local foi devastada por uma epidemia. Ao longe, eles avistam um grande palácio feito de um vidro verde, que lembra o brilho de esmeraldas, uma clara e objetiva referência a obra “O mágico de Oz” de L. Frank Baum.

Então numa noite (que parece durar dias...) Roland começa a contar os acontecimentos que marcaram seu passado, mais precisamente sua adolescência. Logo depois dele ter sido flagrado pelo seu pai em um quarto com uma prostituta, ele é mandado junto com seus amigos Cuthbert Allgood e Alain Johns (seu antigo ka-tet) para o baronato de Mejis, no Arco Exterior do mundo, para uma missão em nome da Confederação. Antes de chegar ao local marcado, Roland conhece Susan Delgado, e se apresenta a ela usando um nome falso (Will Dearborn, prática que também foi usada pelos seus amigos Cuthbert e Alain.), e de imediato, eles se apaixonam.

O que Roland não sabe, é que Susan está prometida como concubina para o prefeito da cidade, Hart Thorin, que mantêm negócios secretos com John Farson, o “Homem Bom”, maior inimigo d’A Confederação. Pronto, temos um plano de fundo para uma grande história que irá se desenrolar ao longo de uma narrativa feita de forma brilhante e cativante pelo autor.

Para não alongar a resenha, não vou discorrer sobre os outros personagens que aparecem na história, mas que também têm importância vital para a coesão de tudo que é narrado.
Stephen King mostra o romance de uma forma adulta e madura, mesmo seus personagens sendo adolescentes. O livro é extenso, como falei antes, mas não enrola o leitor em nenhum momento, pois sempre há alguma informação importante nas páginas seguintes. Vale a pena ler, mas, claro, é recomendável que se tenha lido os volumes anteriores parar entender os acontecimentos e até os termos usados pelos personagens.

Roland agora possui um novo grupo de amigos, um novo “Um feito de muitos” e ele precisa compartilhar o seu passado sombrio com eles, para que eles decidam se querem ou não continuar seguindo-o, mesmo sabendo de tudo o que ele foi capaz de fazer as pessoas que amava, só para continuar a busca pela Torre. “Mago e Vidro” é um livro surpreendente, que vai deixar os que já são fãs da saga com os olhos vidrados em cada página e com o coração na mão quando descobrirem os segredos que o pistoleiro guardou por tanto tempo. Recomendo bastante.

Venha Torre Negra! E que nunca nos esqueçamos da face dos nossos pais...


História
Escrita
Revisão
Diagramação
Capa


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