Resenha: As Terras Devastadas - A Torre Negra III - Café & Espadas

31 de março de 2014

Resenha: As Terras Devastadas - A Torre Negra III

Título – As Terras Devastadas 
Título Original – The Dark Tower III: The Waste Lands 
Autor – Stephen King 
Páginas – 654 
Editora – Ponto de Leitura 


Sinopse 



As Terras Devastadas é o terceiro volume da saga épica A Torre Negra. Neste romance, Roland de Gilead se aproxima ainda mais da Torre de seus sonhos e pesadelos, atravessando o deserto amaldiçoado em um lugar macabro – a imagem distorcida dos nosso próprio mundo. Em sua companhia, estão dois de seus escolhidos, Eddie e Susannah.

Depois de matar um urso gigante, os três companheiros remontam a trilha do animal e encontram o Caminho do Feixe de Luz. Os Feixes, seis ao todo, conectam os doze portais que demarcam os limites do Mundo Médio. Em sua inserção – centro do mundo de Roland, e talvez de todos os mundos existentes – o pistoleiro acredita poder encontrar a Torre Negra.


Em um dos portais, Jake Chambers, o terceiro escolhido, torna a entrar no Mundo Médio. Novamente reunido, o quarteto continua a busca que os leva a Lud, cidade povoada por sobreviventes degenerados. De lá parte um trem que pode conduzir à Torre, contudo, o acesso só é permitido àqueles que decifrarem os enigmas de Blaine, um monotrilho desgovernado. Mas o desafio está longe de ser simples.


E chegamos ao terceiro volume de A Torre Negra de Stephen King. Essa saga épica que é uma grande mistura de várias flâmulas da literatura. 

Fantasia, suspense, romance... Tudo se encontra no Mundo Médio, e pelas linhas dessa volumosa série acompanhamos a busca implacável de Roland de Gilead, o último pistoleiro desse mundo que seguiu adiante, acompanhado de Eddie e Susannah, seu ka-tet. A Torre se aproxima cada vez mais, e essa aproximação nos dá leves revelações sobre o nosso misterioso protagonista e o seu mundo, e sobre a própria Torre Negra.

Esse volume é dividido em duas partes: Jake - Medo num punhado de pó e Lud - Um monte de imagens quebradas.

Cada parte narra os dois principais acontecimentos do livro: a volta de Jake para o Mundo Médio e a passagem do ka-tet por Lud, uma cidade devastada, que em um passado remoto, viveu um auge tecnológico, mas que hoje não passa de ruínas habitadas por fanáticos violentos. Nessa parte em específico é possível notar uma crítica ácida a “crença cega”, em como as pessoas podem cometer atrocidades umas às outras por aquilo que julgam ser ordens de seres superiores. Quando na verdade, são só batuques em caixas de som, reproduzidos por um computador.

O mais perceptível nesse livro é a sua linha de batalhas mais acentuada que nos volumes anteriores. Eddie e Susannah passam a ser treinados por Roland para também se tornarem pistoleiros, e logo depois de um confronto com um urso gigante, o talento do casal se torna mais evidente para ele. Em Lud as coisas não são diferentes. Jake é feito prisioneiro, e a missão de resgate feita por Roland é daquelas sequencias de tirar o fôlego e fazer o leitor folhear o livro rapidamente, na ânsia de saber, o quanto antes, o que vai acontecer.

Esse é um ponto positivo da narrativa pois, como eu já havia mencionado na resenha de A Escolha dos Três, o livro se enveredou para um cunho mais aventureiro, com menos imersões na introspectividade; então nesse quesito, o livro cumpre muito bem o seu papel.

Mesmo com esse foco, Stephen consegue manter um pouco do subjetivismo da sua história. Roland está cada vez mais atormentado pelo seu passado, pela sua obsessão e sua flagelação por ter abandonado Jake; e esse abandono ocasionou um paradoxo temporal e alterou o fluxo natural do destino. Problema que o pistoleiro tentará consertar a todo custo.

Outro personagem importante no enredo desse volume é o monotrilho Blaine. E ele me rendeu o primeiro momento maçante dessa saga.

Blaine é uma inteligência artificial megalomaníaca, o “deus” de Lud, e é a única forma de Roland e seus companheiros continuarem a sua jornada seguindo o Feixe de Luz.

Para seguir viagem, ele propõe a Roland e seus amigos uma espécie de concurso de adivinhações, onde quem vencer, sai com vida. 

Jake descreve o monotrilho como sendo “um chato”, e realmente Blaine não passa disso, um chato. Os diálogos entre o ka-tet e ele não rendem, são bobos e aparentemente Blaine não irá respeitar o acordo feito com relação ao vencedor. O pior é que o livro termina bem no começo das adivinhações; ou seja, o resultado fica para o próximo volume, onde teremos que aturar Blaine mais uma vez.

Mas isso não tira os méritos da obra, que explica mais um pouquinho dos mistérios que rondam os nossos (agora) pistoleiros. O livro é bom, bem escrito como sempre e instiga o leitor a tentar fazer ligações da situação atual do Mundo Médio com os Anciões, que dominaram as mais sofisticadas tecnologias em um tempo antigo, mas misteriosamente, também caíram em perdição.

Vamos continuar a leitura dessa saga muito boa, que rende bons e (pela primeira vez) maus momentos. Mas os mais atentos podem notar um leve declínio da história, mas bem leve mesmo. Stephen continua conduzindo os leitores por um mundo que mesmo destruído consegue cativar e principalmente conjecturar, criar hipóteses e promover debates sobre o que é esse complexo universo de A Torre Negra. Leitura recomendada. 


História
Escrita
Revisão
Diagramação
Capa

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