Entrevista: Leo Lopes, autor de "Rio: Zona de Guerra" - Café & Espadas

16 de julho de 2014

Entrevista: Leo Lopes, autor de "Rio: Zona de Guerra"



Olá amigos! Tudo bom com vocês?

Hoje é dia de novidade aqui no nosso blog. 

Entrevistamos o Leo Lopes, autor de Rio: Zona de Guerra e essa entrevista será a primeira de muitas que planejamos fazer e postar aqui para vocês. Pensamos nisso como uma maneira de aproximar leitores e autores, e mostrar as dificuldades que há em escrever e publicar uma obra, todo o processo de composição de uma história e os planos futuros do autor e possíveis novas publicações.

Vamos a entrevista.


Café & Espadas: O livro "Rio: Zona de Guerra" é um cyberpunk, que livros de cyberpunk você leu e que te inspiraram a escrever o seu livro?

Leo Lopes: Pra ser sincero, não pretendia escrever um livro cyberpunk. Essa classificação veio depois, quando algumas pessoas começaram a ler o trabalho e começaram a se referir a ele dessa forma. Depois é que percebi que talvez fosse o que tinha feito.

Sobre o tema, os livros que mais gostei foram Neuromancer e Never Deal With a Dragon, da série Shadowrun.

CE: Qual o seu autor favorito de ficção científica?

LL: Isaac Asimov. Adoro os contos dele sobre robôs e acho as 3 leis da robótica criadas por ele fantásticas na sua simplicidade. Nem todo mundo sabe que filmes como O Homem Bicentenário e Eu Robô são baseados nos contos dele.

Na área de ficção de fantasia, estou vidrado nos livros do Patrick Rothfuss, da série A Crônica do Matador do Rei (Livro 1 - O nome do vento; Livro 2 – O Temor do Sábio). Aguardando ansioso o terceiro livro, cujo título deve ser The Doors of Stone.


CE: Quais as maiores dificuldades que você enfrentou durante o processo de elaboração da sua história?

LL: Tempo. Escrever é um desafio no Brasil porque você não é incentivado desde cedo a seguir a profissão de escritor (por vezes, nem é considerada profissão). Conciliar o escrever com emprego, filhos, relacionamentos é muito complicado. Normalmente, acabo escrevendo de madrugada após um dia inteiro de trabalho ou nos finais de semana. Isso faz com que a produção fique quebrada e que você demore muito mais a produzir um material de qualidade.


CE: Qual a sua opinião sobre o mercado literário nacional e o que te levou a se arriscar no gênero de ficção científica?

LL: Ficção científica e fantasia são, simplesmente, os meus gêneros favoritos. É o que eu procuro quando entro numa livraria, então foi algo natural. Meu segundo livro, que está nesse lento, difícil e amargurado processo de criação, trata de magia nos dias de hoje.

Em relação ao mercado editorial, infelizmente, é pequeno, com pouco incentivo ao escritor iniciante e, pior, com pouco incentivo ao leitor iniciante. Não fossem pequenas editoras que arriscam tudo, como a AVEC que me acolheu, realmente eu teria deixado completamente pra trás o sonho de publicar um livro.


CE: Quais semelhanças que você pode traçar entre o contexto social atual e o retratado no seu livro, não só no Rio de Janeiro mas em todo o país?

LL: Eu nem diria no País, mas Países. Esse abismo social que existe aqui existe em quase todos os países do mundo, em maior ou menor grau. O poderio econômico das grandes corporações, maior às vezes do que países inteiros, também está presente no mundo todo.

Não sou a favor de socialismo. Acho que a democracia capitalista foi o modelo que trouxe riqueza para todos os países desenvolvidos de que se tem notícia, mas é preciso chegar num conceito do direito que é chamado “bem comum”. Um estado onde as chances para que as pessoas se realizem como indivíduos, perseguindo riqueza ou outro ideal qualquer, sejam as mesmas para todos.

No Brasil, da maneira que tudo está organizado hoje, quem nasce em condição desprivilegiada está quase condenado a permanecer em condição semelhante por toda vida, salvas raríssimas exceções. É o abandono do cidadão pelo Estado.


CE: Você pensa em alguma continuação para Rio: Zona de Guerra? Quais são seus projetos futuros? 

LL: Não escrevi o livro pensando em continuação, mas não descarto a possibilidade. Várias pessoas já me pediram isso.

Primeiro preciso fechar o livro que estou trabalhando hoje, que, como eu disse antes, trata de magia nos dias de hoje. O título provisório é “Silêncio e Som”.


CE: Que dicas você pode dar para os aspirantes a escritor(a)?


LL: Diferente do que eu faço, em função da falta de tempo citada na resposta anterior, escreva todos os dias. É um exercício como outro qualquer, quanto mais você faz, mais fácil fica. Leia muito autores e estilos literários diferentes. Você vai ver que existem infinitas maneiras de se escrever uma mesma cena, todas elas com qualidades diferentes e que trazem à tona emoções diferentes.


Agradecemos a gentileza do autor em ter concedido essa entrevista para o blog, e pelo visto, podemos esperar novidades, assim como você que acompanha o Café & Espadas pode esperar novas entrevistas. Não deixe de comentar e expressar a sua opinião.


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