Resenha: O Oitavo Passageiro - Café & Espadas

12 de março de 2014

Resenha: O Oitavo Passageiro

Título – O Oitavo Passageiro 
Título Original – Alien 
Autor – Alan Dean Foster 
Páginas – 224 
Editora – Editora Abril

Sinopse

Os sete tripulantes da nave espacial – cinco homens e duas mulheres – fazem uma viagem tranquila até que alguém traz para dentro um oitavo passageiro.

E então, no cenário fantástico de uma nave do futuro e de um planeta desolado com vestígios de civilização extraterrena, surge uma trama que envolve espionagem, suspense e terror.

Veremos homens e mulheres do futuro – enfim em igualdade de condições – reagirem diante de um ser desconhecido, apavorante e mortal, que se alimenta deles.



A série cinematográfica Alien continua rendendo seus cifrões pelo mundo. Em 2012 tivemos o lançamento de Prometheus (e tudo indica que o Prometheus 2 já está sendo filmado), o filme que foi feito para funcionar como um prelúdio do primeiro filme, e mostrar como surgiu o monstro mor do terror e ficção científica. Um alienígena horrendo, com o corpo duro como metal, sangue ácido, força sobre humana e uma sede de matança insaciável.

Se o filme é bom ou ruim, deixo para os blogs de filmes analisarem. Este é um blog literário, e como tal, irá apresentar agora uma resenha do livro O Oitavo Passageiro, de Alan Dean Foster, sem fazer nenhum traçado paralelo ou comparação com o filme, pois isso seria um erro e algo completamente sem sentido, já que são obras distintas que narram a mesma história, e aqui irei analisar o livro por si só.

O Oitavo Passageiro foi publicado em 1979, e segundo a edição que tenho aqui (coleção Grandes Sucessos da Editora Abril) o livro foi lançado simultaneamente ao filme, mas outras fontes afirmam que o livro foi lançado no mesmo ano do filme, mas posteriormente a ele, fazendo com que a obra de Foster fosse uma adaptação literária da película dirigida por Ridley Scott.

Para quem não conhece o enredo: A nave espacial rebocadora Nostromo está na sua viagem de volta para a Terra, rebocando uma refinaria que carrega toneladas de minérios retirados de outros planetas. A tripulação é composta pelo capitão Dallas, o primeiro oficial Keane, navegadora Lambert, a subtenente Ripley, o oficial de ciências Ash e os engenheiros Brett e Parker.

Todos são acordados pelo sistema da nave quando a mesma recebe um sinal de S.O.S vindo de um planetoide desconhecido e, por ordem de seu empregador, a tripulação desacopla a Nostromo da refinaria e aterrissa no planeta. A nave fica muito danificada com a aterrissagem não programada, e logo uma parte da tripulação sai para investigar a origem do misterioso sinal recebido, enquanto a outra cuida dos reparos estruturais. Mas o sinal não era bem um pedido de socorro, e logo o terror está à solta e a ameaça a toda tripulação é real e não mostra misericórdia.

A escrita de Foster é bem diferente das que vemos continuamente na literatura atual. Ela é mais rebuscada, exige um pouco mais de vocabulário do leitor e em determinados momentos a leitura pode até ficar um pouco lenta, pedindo uma atenção redobrada, mas não devido à linguagem difícil, mas sim pela análise profunda dos personagens, que representam excelentemente não só a pequenez humana diante dos mistérios insondáveis do universo, mas também uma quebra do paradigma social da época (uma mulher acaba comandando a tripulação, o que gera um pequeno conflito interno) e como os seres ditos como ‘frágeis’ se mostram os mais aptos à sobrevivência.

A forma como os apetrechos, armas e a própria nave são descritas mostra uma visão de tecnologia futura um tanto quanto simples e crua; fornecendo somente o indispensável, sem muitas regalias ou conforto. E com a descoberta de uma nova forma de vida, logo entram em cena a burocracia e a ganância, estas representadas pela Companhia; uma organização que se mostra sempre mais preocupada com os lucros do que com a vida da tripulação da Nostromo.

A edição é bem simples e a que li é bem antiga. O livro não é muito volumoso, os capítulos são medianos quando se trata de tamanho, as páginas são amareladas, mas como falei, a edição é antiga, então não posso afirmar se as páginas são originalmente amarelas ou se foi a ação do tempo que as deixou dessa forma. A capa em si não me agradou. Achei feia, e já mostra de cara uma outra caracterização do monstro, o que desagradou algumas pessoas.  

Não tenho certeza se o livro irá agradar a todos. Acho que o ideal seria lê-lo sem fazer as comparações com o filme (missão que sei ser quase impossível.). A mim ele agradou, muito. Fazia tempo que eu não lia uma história bem escrita como essa, e com um bom aprofundamento nos personagens, na sua desolação, fragilidade, no medo, no terror e em toda a tecnologia que os cercam.

Alien é um marco na ficção científica, e remodelou o conceito de alienígena, somando aos ‘homenzinhos verdes’ os monstros grotescos e assassinos. O livro nos conta essa história de outra forma, com outros focos. É uma boa leitura, recomendo. 

História
Escrita

Revisão

Diagramação
Capa

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