Resenha: A Escolha dos Três - A Torre Negra II - Café & Espadas

26 de março de 2014

Resenha: A Escolha dos Três - A Torre Negra II

Título – A Escolha dos Três 
Título Original – The Dark Tower II: The Drawing of the Three 
Autor – Stephen King 
Páginas – 509 
Editora – Ponto de Leitura 

Sinopse

Com incansável imaginação, Stephen King dá continuidade à saga épica A Torre Negra, iniciada com O Pistoleiro. A Escolha dos Três, segundo volume da série, lança Roland de Gilead em pleno século XX, à medida que ele se aproxima de sua preciosa Torre Negra, centro de toda a criação.

Um derradeiro confronto com o homem de preto revela a Roland, nas cartas de um baralho de tarô, aqueles que deverão ajudá-lo em sua busca pela Torre: o Prisioneiro, a Dama das Sombras e a Morte. Para encontrá-los, o último pistoleiro precisa atravessar três intrigantes portas que se erguem na deserta e interminável praia do mar Ocidental.

São portas que o levam a um mundo diferente do seu, a outros tempo, de onde ele deverá trazer seus escolhidos: Eddie Dean, um viciado em heroína da Nova York dos anos 1980; a misteriosa Odetta Holmes, uma ativista pelos direitos dos negros da década de 1960; e o terceiro escolhido, a Morte, que vai embaralhar mais uma vez o destino de todos.


A jornada épica de Roland de Gilead, o único pistoleiro remanescente do Mundo Médio, continua nesse segundo volume; ganhando novos ares, personagens e tomando um rumo de narrativa e conceito de mundo um pouco diferente, indo da maravilhosa crueza do primeiro volume para algo mais rarefeito, menos denso; deixando a obra prontinha para atrair um público mais jovem e mais fanático por elementos fantásticos. Mas sem deixar de lado o estilo narrativo e a exploração visceral dos dramas dos personagens, que são traços marcantes da escrita de Stephen King.

Nesse volume, os elementos místicos do mundo de Roland são mais explanados. Algo que realmente é de se esperar quando o autor cria um mundo tão vasto, e que solta aos poucos seus mistérios para o leitor, mantendo-o com os olhos vidrados em cada página. Sendo assim, essa mudança de atmosfera de um livro para o outro não me desagradou por inteiro; mas que eu esperava algo um pouco mais enxuto como em O Pistoleiro, ah... isso eu esperava.

Mas o segundo volume não decepciona de forma alguma, e logo de início já causa uma angústia tremenda.

A narrativa começa com Roland acordando de um pesadelo que deixa transparecer o seu sentimento de culpa e arrependimento (se você ainda não leu, leia O Pistoleiro para entender melhor o motivo...); Mas logo ele acorda em uma praia no mar Ocidental.


Fraco, quase sem água e comida, com o seus revólveres quase inutilizados e com uma boa porcentagem de sua munição completamente comprometida, Roland se vê cercado por um bando de seres marinhos terríveis chamados lagostrosidades; uma espécie de crustáceo carnívoro.

Para não virar banquete, o pistoleiro trava uma luta contra eles, mas sai gravemente ferido e envenenado.

Logo em seguida, ele encontra três portas misteriosas, que mais parecem ilusões no meio da vastidão de areia da praia. Ao abrir as portas, Roland conhece outros personagens que irão ajudá-lo a cumprir o seu ka, formando o seu ka-tet, um grupo de pessoas unido pelo destino para realizar algum objetivo, como ele cita: Um feito de Muitos.

Eddie Dean e Odetta Holmes são os primeiros a se unirem a Roland, e a medida que vão se conectando mais ao pistoleiro (por questão de sobrevivência nesse novo mundo) vão o conhecendo mais a fundo, e temendo a sua obsessão pela Torre Negra, pois para eles as futuras ações de Roland são um mistérios, e ele não pensará duas vezes antes de sacrificar ou abandonar tudo para alcançar seu objetivo. As dualidades e as brigas internas do ka-tet (sobre tudo, as de Roland e Eddie) revelam muito sobre o passado de cada personagem e mostram como eles não são perfeitos e, ainda assim, capazes de realizar grandes proezas. Mas somente o tempo dirá se eles são capazes de ajudar Roland na sua missão.

A história tem seus momentos de ação bem descritos e empolgantes. Stephen, mais uma vez, conduz a sua história com maestria, e mostra quão produtiva é a sua imaginação. As várias referências a cultura pop das épocas referentes a Eddie e Odetta recheiam a narrativa, e situam o leitor no ambiente ideal para uma boa compreensão do choque entre mundos.

A Escolha dos Três é um livro que, na minha opinião particular, perde um pouco (mas só um pouco mesmo!) o brilho e a sensação de novidade do primeiro. Porém a permanência de várias outras características (e o desenvolvimento de outras) fazem com que esse livro seja também uma ótima leitura, e um mergulho mais profundo no mundo e na alma do pistoleiro. Um personagem que se mostra cada vez mais cativante e não tão desalmado quanto parece. Livro recomendado.

Ele chegaria à Torre Negra e lá cantaria seus nomes; lá cantaria seus nomes; lá cantaria todos os seus nomes.

Lá vou cantar todos os seus nomes!


História
Escrita
Revisão
Diagramação
Capa

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