Título – Azincourt
Título Original – Azincourt
Autor – Bernard Cornwell
Páginas – 446
Editora – Record
Sinopse
Título Original – Azincourt
Autor – Bernard Cornwell
Páginas – 446
Editora – Record
Sinopse
Da tempestade, da lama, da aniquilação e da coragem nasce uma grande vitória.
O arqueiro inglês Nicholas Hook
tem um talento sem igual para atrair problemas. Quando seu senhor o envia a
Londres em uma força especial designada para conter uma possível insurreição
dos lolardos. Nick perde o controle durante uma briga e é declarado fora da
lei.
Refugiando-se do outro lado do
Canal, o arqueiro se junta a mercenários ingleses que protegem a cidade de
Soisson contra ataques da França.
Lá, ele presencia as atrocidades
que chocaram a Europa e o conduziram de volta para a Inglaterra, onde se
alistou na companhia de Sir John Cornwaille, um dos líderes das tropas de
Henrique V.
O exército é implacável, mas doenças
e a inesperada investida francesa em Harfleur o reduzem a frangalhos. O rei se
recusa a aceitar a derrota e, sob condições climáticas impiedosas. Lidera o
restante dos homens ao que parece ser a ruína.
Azincourt é uma das mais
grandiosas batalhas da História. Travada entre dois exércitos desiguais que se
enfrentam em condições desastrosas no Dia de São Crispim, em 1415, a batalha
resultou em uma vitória extraordinária, celebrada na Inglaterra anos antes de
Shakespeare tê-la imortalizado na peça Henrique V.
O Notável triunfo do arco longo
sobre cavaleiros de armaduras e o do homem comum sobre a aristocracia feudal
são alguns dos símbolos. Bernard Cornwell sempre quis escrever sobre Azincourt,
e sua versão retrata a realidade por trás dos mitos da batalha.
A fama de Bernard Cornwell o precede.
Sempre vi o seu nome ser citado
quando o assunto era literatura histórica. Isso por conta de suas narrativas
fabulosas, que se estendem por vários períodos da História Antiga, e por sua
pesquisa magistral.
Mas não sou muito de ir com
autores ‘da moda’. Sempre fico com o pé atrás quando um nome desponta dessa
forma em blogs e sites literários. Mas também sempre fui fascinado por
histórias épicas (sejam fictícias ou factuais) e por romances que as usam como
tema.
Então, isso pesou muito para que
eu decidisse finalmente ler algo escrito por esse autor, e adquiri Azincourt por pura curiosidade (e também
por que estava em promoção!), e para saber se a escrita de Bernard Cornwell
realmente condizia com os rumores lidos e ouvidos. E hoje posso dizer que me arrependo
amargamente de não ter tido essa curiosidade antes.
Comecei a ler o prólogo, e logo
já estava com a atenção totalmente absorta na história do Nicholas Hook, um
jovem camponês com um talento nato para o arco e flecha, que desde cedo se viu
no meio de uma briga de famílias (com a família Perril), em uma época que não
esperava as pessoas amadurecerem e se prepararem para uma realidade cruel.
A história começa com Nicholas
tentando matar um dos irmãos Perril, e como ele sempre acreditou ter uma maldição
manifestada na forma de um azar que, de tão grande, chegava a ser sobrenatural,
a falha nessa tentativa foi inevitável, e fez com que ele recebesse uma punição
diretamente do seu senhor, o que o levou a uma missão em Londres, uma tentativa
de sufocar uma rebelião dos lolardos (hereges) na capital inglesa.
Lá ele viu pessoas sendo
queimadas vivas em fogueiras nas praças públicas, e ficou mais cara a cara com
a crueldade humana. No meio dos inúmeros prisioneiros havia um em especial que
reconheceu o porte físico alargado de Hook, e viu nele um arqueiro, como ele
mesmo havia sido no passado. Ele suplica ao nosso protagonista um último
desejo: que ele salve uma garota, que assim como ele, está para ser queimada
viva. Hook não consegue salva-la de ser estuprada e assassinada por um padre,
mesmo ouvindo as vozes do santos (São Crispim e Crispiano) ordenando que ele
agisse de alguma forma, e o máximo que ele consegue fazer é agredir o padre
após o crime. Essa agressão o levou a ser taxado como um fora da lei e as suas
desventuras fizeram com que ele viesse a engrossar as fileiras de soldados
ingleses, sob o governo de Henrique V, na Guerra dos Cem Anos contra a França.
A narrativa mostra como Hook vai
amadurecendo e se tornando não só um arqueiro melhor, mas também um homem
honrado e ciente não só do seu dever para com a sua nação e o seu rei, mas para
consigo mesmo, e é sempre muito interessante acompanhar esse tipo de evolução
em um personagem, e o autor explora muito bem os dois lados de Hook: o arqueiro
frio, imaturo e sem personalidade antes da guerra, e o virtuoso e líder nato
durante e depois dela.
Bernard Cornwell tem uma
habilidade incrível para descrever seus personagens, os ambientes, os
acontecimentos e as batalhas sanguinárias. É bem perceptível durante a
leitura da obra o domínio do autor sobre os fatos históricos e o contexto
social e bélico da época.
Ele não explora somente a guerra, suas batalhas, e de forma rasa a vida no campo e a sociedade medieval inglesa e francesa, não. Bernard vai além. A descrição da relação entre servo e senhor no feudalismo é rápida, porém altamente explicativa no começo do livro.
Ele não explora somente a guerra, suas batalhas, e de forma rasa a vida no campo e a sociedade medieval inglesa e francesa, não. Bernard vai além. A descrição da relação entre servo e senhor no feudalismo é rápida, porém altamente explicativa no começo do livro.
A forma como ele esmiúça o arco e flecha, descrevendo seu processo de fabricação, a escolha da madeira, do material para a corda, as formas de disparo, os tipos de ponta das flechas e seus efeitos no choque com armaduras de metal nas batalhas, a fazedura das próprias flechas, os tipos de armas de combate direto e armaduras utilizadas na guerra, a hierarquia dentro do exército e as táticas de batalha elaboradas em mesas de reunião ou no puro improviso. A arte da guerra é primorosamente descrita nas linhas dessa narrativa, assim como todas a precariedade dos acampamentos militares, onde as doenças matavam tanto quanto as lâminas das espadas e as flechas.
A edição (Editora Record) está
digna da história que apresenta. Páginas amareladas, boa diagramação e uma
fonte agradável de ler, capa e orelhas lindas e erros de revisão quase
inexistentes. Realmente, um belo exemplar para se ter em qualquer estante.
Azincourt foi a minha porta de entrada para as narrativas épicas de Bernard Cornwell, e posso dizer que esse foi um dos melhores livros que já li, e está recomendadíssimo. E digo mais: esperem muitas outras resenhas das obras de Bernard, pois aqui já há mais um grande admirador de sua escrita.
Azincourt foi a minha porta de entrada para as narrativas épicas de Bernard Cornwell, e posso dizer que esse foi um dos melhores livros que já li, e está recomendadíssimo. E digo mais: esperem muitas outras resenhas das obras de Bernard, pois aqui já há mais um grande admirador de sua escrita.
História
Escrita
Revisão
Diagramação
Capa
Muito bom !
ResponderExcluirCornwell consegue mesclar bem seu trabalho de escritor com o de historiador. Seus livros são verdadeiras aulas de história, nos carregando para o passado e mostrando a evolução do ser humano e da sociedade. Desde Uhtred (Crônicas Saxônicas) até Sharpe, Cornwell nos mostra como o ser humano pode ser cruel (um verdadeiro choque para alguns) e ao mesmo tempo altruístas. É uma leitura fantástica, pois explora todos os aspectos que se pode imaginar, Geografia, História, Sociologia, Filosofia, utilizando todas as ferramentas possíveis, romance, ação, suspense... Uma leitura para todos os gostos... Desliguem seus celulares, seus laptops, ponha a placa de "não perturbe" em sua porta e prepare-se para viajar, torcer e sofrer com Nicholas Hook, Richard Sharpe, Rider Sandman, Uhtred, Thomas de Hookton, Arthur, Derfel, e infinitos outros.....
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