Título – A Lâmina na Alma
Título Original – Tigana
Autor – Guy Graviel Kay
Páginas – 363
Editora– Saída de Emergência
"A verdade parece mais simples aqui, na escuridão, longe das fogueiras e de todo desespero que vi por lá. Saevar, sinto muito, mas a verdade é que quase todo o sangue derramado pela manhã será o nosso, e temo que seja o nosso fim. Perdoe-me."
Sinopse
Tigana é uma encantadora obra de mito e magia que vai marcar os leitores para sempre. É a história de uma nação oprimida que luta para se libertar depois de cair nas mãos de conquistadores implacáveis.
O povo foi tão amaldiçoado pela feitiçaria do Rei Brandin que o próprio nome da sua bela terra não pode ser lembrado ou pronunciado.
Mas anos após a devastação de sua capital, um pequeno grupo de sobreviventes liderados pelo príncipe Alessan inicia uma cruzada perigosa para destronar os reis despóticos que governam a Península da Palma, numa tentativa de recuperar o nome banido: Tigana.
Num mundo ricamente detalhado, onde impera a violência das paixões, um povo determinado luta para alcançar seus sonhos. Tigana é um épico sublime que mudou para sempre as fronteiras da fantasia.
Tudo na nossa memória é ligado a nomes. Nome do
lugar onde você cresceu, viveu a sua infância, nome das pessoas que de algum
modo foram importantes na sua vida, até mesmo datas especiais possuem uma
nomenclatura especial. Um nome dá identidade, personalidade e algo para lembrar
depois que aquilo se vai, e basta ouvir o nome sendo pronunciado e tudo ligado
a ele flui, em uma onda de sentimentos arrebatadora, seja para o bem ou para o
mal.
Mas e se de repente alguém apagasse o nome (e todas as lembranças) de algo importante para você, não só da sua mente, mas da de todas as pessoas? E se de repente, tudo aquilo que você ama e guarda na memória simplesmente fosse obliterado? Essas são as primícias de Tigana: uma história sobre memórias, vingança e a tentativa de reconstrução da dignidade de um povo que perdeu o seu lar.
Guy Gavriel Kay nos leva nesse primeiro volume da sua saga a conhecer a Península da Palma; um importante território repleto de províncias e magia, que se encontra dominado por dois feiticeiros poderosos: Alberico de Barbarion e Brandin de Ygrath (que lançou a maldição sobre Tigana), ambos de impérios exteriores à Palma, ao ocidente e oriente.
No prefácio feito para a edição brasileira é mencionado que a história se passa em uma “Itália medieval”, mas durante a narrativa não temos uma descrição mais precisa dos ambientes, o que poderia nos assegurar disso. O que permite que a história se encaixe facilmente em qualquer ambiente medieval. Mas isso não prejudica a história em nada.
Outro ponto forte na Península da Palma é a religião e o tradicionalismo.
A Tríade (o conjunto dos três deuses que regem toda a criação e o destino dos humanos) é cultuada em todas as províncias, e o clero possui uma forte influência no governo e até mesmo nas ações tomadas pelos dois feiticeiros dominadores. Há também os grandes festivais tradicionais e as datas importantes como o Festival das Vinhas e o Dia das brasas.
E é em um dia do Festival das Vinhas que a história de Tigana começa.
Devin é um jovem cantor que viaja com um grupo de artistas que faz apresentações em festividades, cerimônias religiosas e até apresentações particulares para os poderosos de Palma. É nesse grupo que ele conhece Catriana, uma linda e exuberante ruiva de olhos azuis profundos, que tem por ele um possível amor incubado e uma antipatia fria e provocante. Outro personagem importantíssimo para a narrativa é Alessan, o último príncipe de Tigana, que também está no mesmo grupo de artistas que Devin, sob um disfarce conveniente as suas ambições.
Eles são escolhidos para uma importante apresentação no funeral de um poderoso duque. Após a apresentação, o grupo se reúne em uma sala e Catriana lança um olhar suspeito para Devin e em seguida sai pelos corredores do palácio, e Devin, movido pela curiosidade e pelo desejo que sente por Catriana, a segue, sem saber que estava se envolvendo em uma elaborada trama para derrubar os dois tiranos que dominam a Península e reconstruir o nome e a memória de Tigana.
Na outra parte da história (o livro é dividido em duas), conhecemos Dianora. Ela é uma concubina de Brandin e assim como Alessan, é uma sobrevivente de Tigana. Ela planeja também uma forma de vingança contra o feiticeiro, mas aos poucos, ela percebe que está acomodada a vida na saishan (um palácio para concubinas) e que desenvolveu um sentimento por Brandin.
Temos aí um prato cheio para uma boa história e um enredo muito bem elaborado.
Em Tigana o autor nos apresenta um mundo fantástico que vai muito além da magia, dos mitos e das lendas. Ele possui um elaborado sistema político, que pode abrir um leque de intrigas por poder e cargos importantes na corte. As similaridades com eventos da nossa história podem ser encontradas também, como a relação entre invasor e invadido, a passividade e falta de senso de unidade entre as províncias da Palma, que facilita a dominação de Brandin e Alberico e o genocídio cultural que foi imposto em Tigana, semelhante ao feito por alguns países ao longo da história.
Se você, leitor, é fã de uma história de fantasia épica com cenas empolgantes de ação, espadas desembainhadas e grandes batalhas, certamente você ficará um pouco desapontado com esse livro. A narrativa, dependendo do ponto de vista, é meio “parada”, e o final não deixa uma boa tensão para o segundo volume, apesar de ser muito bem escrita e ter ótimos personagens: envolventes, inteligentes e ávidos para o amor e o sexo.
Outro ponto positivo dos personagens é o fato de todos, todos mesmo, terem uma dualidade de caráter. Ninguém é totalmente bom, nem totalmente mau. Como, por exemplo, Alessan, que pode ser visto como uma vítima que viu sua cidade ser apagada da memória de todos, para que não pudesse ser lembrada por ninguém, mas ele leva o seu desejo de vingança até a última e mais baixa consequência, chegando ao ponto de tirar a total liberdade de um homem para concretizar seus planos. Já Brandir, mesmo sendo um tirano, mostra em várias partes da narrativa um comportamento brando e, algumas vezes, misericordioso. O leitor mais atento irá perceber como os personagens vivem na filosofia do “Os fins justificam os meios”.
A edição feita pela “Saída de Emergência” é belíssima, com mapas detalhados, página amareladas e uma boa diagramação e revisão. O que me desagradou foi só a capa, que poderia ter recebido uma bela ilustração de alguma suntuosa cidade da Palma, ao invés de uma foto de um homem fantasiado de sabe lá Deus o que...
Fiquei muito curioso sobre o futuro dos planos de Alessan e de como as outras tramas paralelas irão se desenvolver. Quem adquirirTigana – A lâmina na alma com certeza vai ter um bom livro em mãos. Aguardando aqui, ansiosamente, Tigana – A voz da vingança.
Recomendo a todos essa ótima leitura.
Mas e se de repente alguém apagasse o nome (e todas as lembranças) de algo importante para você, não só da sua mente, mas da de todas as pessoas? E se de repente, tudo aquilo que você ama e guarda na memória simplesmente fosse obliterado? Essas são as primícias de Tigana: uma história sobre memórias, vingança e a tentativa de reconstrução da dignidade de um povo que perdeu o seu lar.
Guy Gavriel Kay nos leva nesse primeiro volume da sua saga a conhecer a Península da Palma; um importante território repleto de províncias e magia, que se encontra dominado por dois feiticeiros poderosos: Alberico de Barbarion e Brandin de Ygrath (que lançou a maldição sobre Tigana), ambos de impérios exteriores à Palma, ao ocidente e oriente.
No prefácio feito para a edição brasileira é mencionado que a história se passa em uma “Itália medieval”, mas durante a narrativa não temos uma descrição mais precisa dos ambientes, o que poderia nos assegurar disso. O que permite que a história se encaixe facilmente em qualquer ambiente medieval. Mas isso não prejudica a história em nada.
Outro ponto forte na Península da Palma é a religião e o tradicionalismo.
A Tríade (o conjunto dos três deuses que regem toda a criação e o destino dos humanos) é cultuada em todas as províncias, e o clero possui uma forte influência no governo e até mesmo nas ações tomadas pelos dois feiticeiros dominadores. Há também os grandes festivais tradicionais e as datas importantes como o Festival das Vinhas e o Dia das brasas.
E é em um dia do Festival das Vinhas que a história de Tigana começa.
Devin é um jovem cantor que viaja com um grupo de artistas que faz apresentações em festividades, cerimônias religiosas e até apresentações particulares para os poderosos de Palma. É nesse grupo que ele conhece Catriana, uma linda e exuberante ruiva de olhos azuis profundos, que tem por ele um possível amor incubado e uma antipatia fria e provocante. Outro personagem importantíssimo para a narrativa é Alessan, o último príncipe de Tigana, que também está no mesmo grupo de artistas que Devin, sob um disfarce conveniente as suas ambições.
Eles são escolhidos para uma importante apresentação no funeral de um poderoso duque. Após a apresentação, o grupo se reúne em uma sala e Catriana lança um olhar suspeito para Devin e em seguida sai pelos corredores do palácio, e Devin, movido pela curiosidade e pelo desejo que sente por Catriana, a segue, sem saber que estava se envolvendo em uma elaborada trama para derrubar os dois tiranos que dominam a Península e reconstruir o nome e a memória de Tigana.
Na outra parte da história (o livro é dividido em duas), conhecemos Dianora. Ela é uma concubina de Brandin e assim como Alessan, é uma sobrevivente de Tigana. Ela planeja também uma forma de vingança contra o feiticeiro, mas aos poucos, ela percebe que está acomodada a vida na saishan (um palácio para concubinas) e que desenvolveu um sentimento por Brandin.
Temos aí um prato cheio para uma boa história e um enredo muito bem elaborado.
Em Tigana o autor nos apresenta um mundo fantástico que vai muito além da magia, dos mitos e das lendas. Ele possui um elaborado sistema político, que pode abrir um leque de intrigas por poder e cargos importantes na corte. As similaridades com eventos da nossa história podem ser encontradas também, como a relação entre invasor e invadido, a passividade e falta de senso de unidade entre as províncias da Palma, que facilita a dominação de Brandin e Alberico e o genocídio cultural que foi imposto em Tigana, semelhante ao feito por alguns países ao longo da história.
Se você, leitor, é fã de uma história de fantasia épica com cenas empolgantes de ação, espadas desembainhadas e grandes batalhas, certamente você ficará um pouco desapontado com esse livro. A narrativa, dependendo do ponto de vista, é meio “parada”, e o final não deixa uma boa tensão para o segundo volume, apesar de ser muito bem escrita e ter ótimos personagens: envolventes, inteligentes e ávidos para o amor e o sexo.
Outro ponto positivo dos personagens é o fato de todos, todos mesmo, terem uma dualidade de caráter. Ninguém é totalmente bom, nem totalmente mau. Como, por exemplo, Alessan, que pode ser visto como uma vítima que viu sua cidade ser apagada da memória de todos, para que não pudesse ser lembrada por ninguém, mas ele leva o seu desejo de vingança até a última e mais baixa consequência, chegando ao ponto de tirar a total liberdade de um homem para concretizar seus planos. Já Brandir, mesmo sendo um tirano, mostra em várias partes da narrativa um comportamento brando e, algumas vezes, misericordioso. O leitor mais atento irá perceber como os personagens vivem na filosofia do “Os fins justificam os meios”.
A edição feita pela “Saída de Emergência” é belíssima, com mapas detalhados, página amareladas e uma boa diagramação e revisão. O que me desagradou foi só a capa, que poderia ter recebido uma bela ilustração de alguma suntuosa cidade da Palma, ao invés de uma foto de um homem fantasiado de sabe lá Deus o que...
Fiquei muito curioso sobre o futuro dos planos de Alessan e de como as outras tramas paralelas irão se desenvolver. Quem adquirirTigana – A lâmina na alma com certeza vai ter um bom livro em mãos. Aguardando aqui, ansiosamente, Tigana – A voz da vingança.
Recomendo a todos essa ótima leitura.
História

Escrita

Revisão

Diagramação


Capa


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