Título – As Crônicas dos Senhores de Castelo I – O Poder Verdadeiro
Autores – G. Brasman & G. Norris
Páginas – 236
Editora – Verus
Sinopse
Há muitas e muitas eras, seres naturalmente mágicos chamados Espectros ameaçavam destruir o equilíbrio de todo o Multiverso, aniquilando tudo que existia.
Para combatê-los, uma sábia chamada Nopporn, descendente de uma das primeiras raças sapientes, convocou os principais líderes, regentes, imperadores, e soberanos de todos os planetas civilizados para formarem um grupo de combate chamado Senhores de Castelo.
Depois de mais de uma década de guerras devastadoras, os Senhores de Castelos conquistaram a vitória.
Os poucos Espectros sobreviventes foram aprisionados em pedras preciosas mágicas, que foram incorporadas a seres colossais naturais dos confins do Multiverso.
Assim surgiu a Ordem dos Senhores de Castelo, formada por seres únicos, que usam seus dons, habilidades e artefatos de poder para incentivar a paz e a prosperidade pelos quatro quadrantes do Multiverso.
Apesar de esta resenha ter sido
publicada só agora, eu já havia lido esse livro há um bom tempo. Antes só havia visto várias sinopses e
resenhas em alguns blogs, até o momento
em que pude tê-lo em mãos e admirar as duas grandes artes presentes neste
livro. A primeira é a excelente história criada por G. Brasman e G. Norris, que
me fez perceber como eu estava precisando viajar em uma história tão empolgante
como essa, que me fez reviver um pouco da minha adolescência e suas tardes de
RPG. A segunda é o livro em si, no sentido concreto da palavra. A magnífica
edição, que encheu meus olhos e meu deu um prazer enorme quando pus esse livro
na minha estante. Mas sobre a edição falo mais à frente. Vamos primeiramente ao
ponto central de tudo: o Multiverso e os poderosos Senhores de Castelos.
A história fala sobre uma ordem
de guerreiros poderosos, que defendem, com suas armas mágicas poderosíssimas e
habilidades de combate, os quatro quadrantes do Multiverso, um extenso
aglomerado de mundos e seres fantásticos.
Logo somos apresentados a dois
senhores de castelo: Thagir do planeta
Curanaã e Kullat do planeta Oririn, que recebem a missão de encontrar a
princesa Laryssa de Kendal, que aparentemente foi raptada. Logo eles a
encontram (ou ela os encontra), acompanhada de seu guarda-costas, o androide
Azio (uma verdadeira máquina de combate) e descobrem que ela está em posse de
um poderoso artefato místico que, mesmo fragmentado, pode por em risco todo o mundo
de Agas’B: O Globo Negro. Sendo assim eles partem numa aventura por esse mundo
perigoso que irá testa-los sem dó nem piedade.
Os autores desenvolvem a história
de forma rápida e objetiva. As descrições são simples e as cenas de ação são
narradas sem embromação, o que me agradou bastante, partindo do ponto de
análise que esse livro foi escrito para um público mais jovem (infanto-juvenil),
que necessita desse tipo de linguagem mais abstraída. Isso pode causar uma
impressão errada sobre os personagens e o ambiente do Multiverso em geral, que
podem parecer rasos e pouco atraente; porém, é possível perceber que há
detalhes ocultos nesses elementos da história, e que podem ser explanados com
mais profundidade nos volumes seguintes, podendo render até livros extras, quem
sabe.
E, como mencionado antes, vamos
falar sobre a excelente edição, feita pela Editora Verus. É muito agradável a
sensação de perceber que não é só você que tem cuidado com a obra de um autor.
Quando o cuidado começa antes mesmo de você adquirir um exemplar, quando ele
vem da própria editora, o zelo pelo livro se torna algo natural, assim como o
apego a história em si e seus personagens. Foi essa a minha relação com essa
edição.
O empenho da editora em fazer algo
digno de uma excelente obra de fantasia é algo notável em cada página. As
lindas ilustrações dos personagens e suas relíquias, assim como as das
criaturas e lugares, foi o que mais me deu a sensação de estar com um livro de
RPG em mãos, e me ajudou a mergulhar mais fundo na narrativa e na mitologia
criada pelos autores. E o livro ainda conta com um mapa colorido e bem
detalhado do mundo de Agas’B, páginas amareladas, boa diagramação e revisão, um
glossário no final do livro e uma capa sensacional. Algumas pessoas não
gostaram de todos esses detalhes na edição, mas a mim agradou muito, pois uniu
o útil ao agradável.
Resumindo: Crônicas dos Senhores de Castelo é um livro para ler, reler, ler
mais uma vez, ou folhear admirando todos os detalhes ou criar suas próprias
histórias sobre o Multiverso, juntar os amigos, pegar os dados e jogar aquela
boa partida de RPG. Mas uma recomendação: não olhe para essa obra esperando uma
história adulta, repleta de maturidade e profundidade, pois ela é puro
entretenimento, e como dito antes, poderá ser melhor esmiuçada nos volumes
seguintes, caso os autores assim o queiram.
Os autores, talentosos e
criativos, mostram que com uma narrativa simples é possível se contar uma
história original. E em meio a uma época em que a literatura fantástica está em
plena expansão, mas muitas vezes com histórias genéricas e que não somam em
nada, Senhores de Castelos é uma pérola
a ser preservada. E que o leitor reconheça a versatilidade e a capacidade dos
autores nacionais em criar não só histórias, mas universos inteiros.
Espero poder ler o segundo volume (O Efeito Manticore) o quanto antes; e fiquei muito feliz (e sem fôlego!) de saber que o terceiro volume já está quase saindo do forno. O Poder Verdadeiro está mais que recomendado! Essa é uma obra que realmente deve ser lida.
Espero poder ler o segundo volume (O Efeito Manticore) o quanto antes; e fiquei muito feliz (e sem fôlego!) de saber que o terceiro volume já está quase saindo do forno. O Poder Verdadeiro está mais que recomendado! Essa é uma obra que realmente deve ser lida.
História

Escrita

Revisão

Diagramação

Capa

As páginas amareladas e ilustrações nos lembram as boas e velhas noites de RPG, enquanto a história é praticamente um cenário para infinitas aventuras! No entanto, acredito que a narrativa das batalhas e aventuras das personagens são muito rápidas e rasas, não havendo tempo para se emocionar ou se preocupar com o destino dos heróis. Para os RPGistas de plantão é um prato cheio, mas os autores poderiam ter explorado melhor os combates e desventuras dos heróis.
ResponderExcluirCom certeza Afonso, mas temos que levar em consideração o público alvo do autores, que nesse primeiro volume foi o infanto-juvenil. Assim como C.S Lewis em As Crônicas de Nárnia -em especial no "O Leão, A feiticeira e o Guarda-Roupa "- também não explora muito a ação das batalhas devido ao seu público alvo (isso já ficou mais a cargo do filme). Mas essa é só a minha opinião, e os próprios autores já informaram que vão explorar mais profundamente os personagens e o Multiverso em geral nos próximos volumes da obra, já que o primeiro livro fez muito sucesso com o público mais adulto, o que não era esperado. Vamos aguardar, por que a história é ótima, e muito obrigado pelo seu comentário aqui no blog =)
ExcluirQue uma aventura fluída, rápida e diferente? Leia O poder Verdadeiro (se você gostar de fantasia e não se divertir, dou minha cara a tapa). Leu, gostou da premissa e mas queria conhecer mais profundamente os personagens e o Multiverso, leia o Efeito Manticore (se você não se surpreender e não se emocionar, dou minha outra face a tapa). Se leu e gostou, aguarde, pois o livro 3 Maré Vermelha será um soco no seu estômago... se você terminar de ler e não tiver soltado nenhum palavrão ou não quiser xingar os autores, dou minhas duas faces à tapaS! Senhores de Castelo, onde a fantasia pode ser tão real quanto a vida... isso, meus amigos, é o Multiverso!!
ExcluirDeus seja louvado! Em meio à tantos "blogueiros literários", sempre surgem os verdadeiros "críticos literários", que analisam a obra e o contexto, que observam e notam os detalhes de todo o processo. Parabéns ao resenhista deste blog: acaba de ser elevado ao grau de poucos.
ResponderExcluirAchei que a resenha faltou um pouco com a explicação do que é o universo da obra. A impressão que me deu é que é algo parecido com Star Wars, ou uma mistura de fantasia e FC. O resenhista pode me explicar?
ResponderExcluirTambém tenho minhas ressalvas quanto à lembrança de um RPG ser uma coisa boa. Na verdade, é o que mais vejo sendo criticado na maioria das novas histórias de ficção especulativa brasileiras: ou a narrativa lembra a de um RPG (de vez em quando dá até pra imaginar os turnos), ou os personagens lembram o de um RPG (cheios de arquétipos já muito usados, com pouca personalidade sólida), ou o universo lembra o de um RPG (pouca inspiração, muito derivativo, às vezes já 'esperado'). Para alguém que não joga RPG como eu e que vi falhas como essas em outras obras e depois confirmei que tais autores realmente jogavam RPG e usavam as campanhas para se inspirar para escrever seus livros, na opinião do resenhista eu também aproveitaria essa obra?
Grato.
Olá pianoforte! Primeiramente, obrigado pelo seu comentário. =)
ResponderExcluirBom, eu não expliquei muito sobre o universo da obra por que a própria obra não dá muitos detalhes sobre o seu universo.
Como o próprio autor mencionou um pouco mais acima, ela é uma aventura rápida e fluida, sem muitas considerações ou explicações sobre o que é o Multiverso.
Creio eu que isso ficou para ser mais explanado no segundo volume. Livro este que ainda vou ler para poder confirmar tal informação. Como você bem observou, podemos mesclar elementos de Star Wars com fantasia - não lembro de ter visto algo que remetesse a ficção científica.
Com relação ao livro lembrar RPG entendo suas ressalvas e as acho muito válidas.
Realmente esse livro tem algumas referências bem fortes ao jogo, mas elas me agradaram pela sua originalidade e leveza. Mas claro que nisso entra o meu gosto pessoal.
Os personagens podem até parecerem um pouco rasos em uma primeira leitura; mas, como falei, a história em seu âmbito geral poderá ser mais explorada e aprofundada nos seus volumes seguintes.
Este livro é para ser lido só por diversão, e nesse quesito ele cumpre o seu papel. Claro que existem histórias mais profundas e bem elaboradas, mas essa caiu bem no meu gosto.